Em maio novos exames foram solicitados. Hormônios normais, ovulação idem. Foi quando minha ginecologista indicou o exame histerossalpingografia. Até o nome assusta. Trata-se de um exame de raios-X com contraste de iodo, o que possibilita investigar as condições do útero e das trompas.
Fiz o exame em Junho. Li muito sobre o mesmo e soube que causa muita dor. Segundo relatos de mulheres que fizeram esse exame, trata-se de uma cólica menstrual. Então pensei que pra mim seria moleza. Afinal, cólica menstrual eu tenho todos os meses, ao ponto da vista escurecer e não consegui sair da cama.
A histerossalpingografia foi muito dolorida pra mim. O ritual começou assustar logo de inicio, pois foi solicitada a presença de uma anestesista caso precisasse sair dali para uma urgência. Uma segunda pessoa veio pra me ensinar como respirar na hora do exame. A orientação foi seguida da frase: “o sucesso do exame vai depender da sua respiração. É preciso respirar bem fundo para evitar um desmaio” (SIC)
A terceira pessoa que esteve comigo na hora do exame foi a técnica de raio-X. Ela me explicou que sentiria um pouco de dor, mas que o exame era bem rápido. Tentou me acalmar. Eu continuava a pensar: elas pensam que não sei o que é cólica menstrual.
A anestesista e a auxiliar foram orientadas a ficar por traz da parede de vidro. Enquanto a técnica vestiu-se de tal forma que parecia uma astronauta. Era preciso se proteger da radiação.
No primeiro momento do exame tira-se a radiografia da região pélvica. Em seguida fica-se em posição ginecológica e começa a introdução do iodo através de um cateter. É neste momento que sentimos dor. E não é uma simples cólica menstrual. É algo muito superior. Não conseguia gemer, não conseguia chorar. Sentia que estava perdendo as forças. A auxiliar por traz do vidro não parava de gritar: RESPIRA, RESPIRA, RESPIRA.
Por fim terminou o exame, as dores permaneciam porem com menos intensidade. Ainda não era o momento de levantar. A anestesista ficou ao meu lado segurando minha mão e falou que só sairia de perto de mim quando voltasse minha cor, pois estava muito pálida. Enquanto me recuperava escutei o comentário delas dizendo que eu era muito forte, pois não tinha deixado cair uma lágrima.
Elas não tinham idéia de como eu chorava por dentro. A dor se misturava com o medo do resultado do exame. Não agüentei esperar o resultado, pois precisava deitar chorar, enfim. Já em casa fiquei um tempo curtindo um banho quente. Chorei o máximo que pude. No dia seguinte recebi o resultado. Graças a Deus estava tudo bem com útero e trompas de falópio.
O conselho que dou para quem precisar fazer esse exame é tentar faze-lo anestesiada. Vi relato de pessoas que se submeteram a anestesia geral. Porém, há relatos também de mulheres que não sentiram nada durante o exame, mesmo sem anestesia. Vale salientar que existem procedimentos que antecedem o exame como ingestão de antialérgico e analgésico. Este último pra mim em nada adiantou.