MOSAICOS DE UMA VIDA

Juntando cada peça forma-se o mosaico de minha vida. Tantos sentimentos me envolvem. Sentimentos ruins, outros bons. Saudade de quem se foi para eternidade. Saudade de quem posso ligar para ouvir a voz. Tristeza pelas metas não cumpridas e alegria pelos objetivos alcançados. Gemidos de dor, outros de prazer.

28 de dez. de 2012

Rituais do Mosaico Terapia

Mercado de São José
Foto: Sandra Barbosa
Meu atual passa tempo, o qual passei chamar de MosaicoTerapia, tomou dimensão suficiente para fazer-me pensar, lembrar, rir, chorar e até lucrar. O momento de construção de uma peça tem um ritual que o trabalho requer, mas também o ritual emocional.

O ritual do trabalho propriamente dito começa com as compras. Alguns cenários fazem parte do processo, como o Mercado de São José e os armarinhos no "vuco-vuco" do centro do Recife.


Material para confecção do Mosaico
Depois vem a escolha do objeto, seguida pelo desenho. A partir daí é chegada a hora de “botar a mão na massa”... Quebrar as teselas (cada pedra do mosaico), colar uma a uma preenchendo todo o desenho, rejuntar, pintar e etiquetar.




O ritual emocional depende da peça. Se foi encomenda existe a insegurança de não agradar, na incerteza se a pessoa vai gostar. O perfeccionismo me faz até desmanchar e recomeçar. 


Mosaico em CD
Mosaicos expostos - Bazar Artesanato de Garagem

Quando a peça não é encomendada certamente o mosaico será regado de nostalgia. Saudade do que vivi, saudade até do que não vivi, mas idealizei. Vontade de voltar atrás, de parar o tempo ou mesmo de acelerar esse tempo. Me pego falando sozinha, às vezes chorando e claro, sorrindo.

O ritual emocional passa pela viagem de montar cada peça da minha vida, trocar o que não ficou legal, montar o meu destino até uma perfeita harmonia. E assim, cada peça em mosaico possui ritual único, que mistura o real com o irreal.

25 de dez. de 2012

Feliz Natal 2012 - Por Adauto Júnior

Charge de Jorge Braga

Trinta e quatro vezes testemunhei Natais diferentes. Pessoas, festas,mesas fartas, presentes, pessoas não presentes. Como é bom. Aliás, muito bom. Será que tá nevando lá fora? Não. Mas é que o clima de Natal é tão forte que até "esqueço" da seca. Mas o bom mesmo é acreditar na fantasia de um mundo melhor, de que em algumas horas teremos a encantadora surpresa: Papai Noel descendo pela chaminé. Chaminé? Não seria Papai do Céu? Na verdade, o Natal é sempre igual e tem seu único motivo. Feliz aniversário, Jesus.

Adauto Júnior
Dez/2012

18 de dez. de 2012

Se tiver que chorar eu choro, mas se tiver que sorrir dou gargalhadas!

♫ o importante é que emoções eu vivi ♪

Ao abrir meu correio eletrônico hoje me deparei com uma mensagem falando sobre a 33ª semana de gravidez. Pois é, hoje estaria com pouco mais de 8 meses de gestação. Certamente o enxoval estaria pronto e o quarto arrumadinho esperando a chegada do meu bebê.

Quando o perdi com aproximadamente 2 meses de gestação suas características humanas já estavam presentes no embrião. Hoje, aproximando-se do dia D, meu bebê estaria posicionado de cabeça para baixo, prestes a sair do forninho natural para o ninho dos meus braços.  Meu coração estaria em festa e a ansiedade já teria tomado conta de mim.

Passados 6 meses da perda meu coração ainda dói, a dor emocional parece-me crônica, os porquês persistem porque as respostas inexistem.

Eu era feliz e não sabia. Era mais feliz quando não deseja ser mãe. Por isso, depois da experiência tão negativa eu quero voltar a ser feliz, porque como sempre digo: SE TIVER QUE CHORAR EU CHORO, MAS SE TIVER QUE SORRIR DOU GARGALHADAS!

13 de dez. de 2012

UM BOM TRICÔ


Mais uma vez li um livro e venho aqui indica-lo por se tratar de um livro "leve", gostoso de ler e que de alguma forma eu me identifiquei.

O nome do livro é UM BOM TRICÔ e narra a história de 4 mulheres:

1ª Venceu um câncer, busca sua independência financeira abrindo um armarinho de miudezas. No armarinho abre um curso de tricô que tem como primeira produção uma manta de bebê.
2ª Casada e com uma situação financeira favorável, sente-se infeliz porque não consegue engravidar;
3ª Rica, dondoca e fútil. Encontra dificuldade nas relações interpessoais;
4ª Hippie, trabalha numa locadora de filmes e a grana só dá pra pagar o aluguel. Acusada de portar droga precisa pagar pena alternativa;

Essas mulheres embora com vidas diferentes, acabam encontrando no curso de tricô a mudança que desejam para suas vidas.

A 1ª vê no curso uma forma de atrair clientes para loja e aumentar as vendas;
A 2ª pede a Deus um sinal de que conseguirá ser mãe. Neste mesmo dia vê na vitrine o anúncio do curso de tricô. Pra ela foi um sinal de Deus e decide se inscrever.
A 3ª decide aprender fazer a manta para o neto que vai nascer e que é fruto do casamento do seu filho com uma nora não desejada. Assim poderá provar para o filho e marido que é uma pessoa amável.
A 4ª começa fazer o curso pra doar as mantas para crianças carentes e assim pagar sua pena alternativa.

Confesso que me identifiquei e me vi retratada nas histórias dessas mulheres, não apenas uma, mas na vida delas como um todo. Não deixa de ser uma forma de enxergar minha vida nas entrelinhas do livro.

Boa leitura!

24 de nov. de 2012

Ai desses meninos se baterem nas meninas!

Hoje assisti a um vídeo com cena de violência contra mulher. A cena é bárbara, chocante e revoltante. Lembro-me que a primeira vez que vi algo parecido foi na minha adolescência. Uns 25 anos depois tive a mesma reação: o sentimento de impotência diante de tanta covardia tomou conta de mim.

O criminoso daquela época foi um vizinho e o da cena de hoje um desconhecido pra mim. É certo que ambos se prevaleceram da força física e do fato de se sentirem superiores, proprietários delas e no direito de “resolver” (seja lá o que for) de forma tão animal.

Fui educada ouvindo meus pais dizerem que homem não bate em mulher. A frase repetida diversas vezes pelo meu pai era: “Ai desses meninos se baterem nas meninas”. E assim meus irmãos cresceram. Tornaram-se homens com o mesmo pensamento, repetindo a mesma frase para seus filhos.

Pais/Mães, se não podemos corrigir os homens de hoje deixemos que a justiça trabalhe, mas podemos educar os homens de amanhã.

12 de nov. de 2012

Se eu pudesse inventaria a máquina do tempo

Se eu pudesse inventaria a máquina do tempo
Iria ao passado repetir as brincadeiras de infância
Passaria mais tempo com vovó
Tocaria a campainha da vizinha
Brincaria de monstro com mainha

Se eu pudesse inventaria a máquina do tempo
Iria ao futuro conhecer os avanços científicos
E de lá traria a pílula da felicidade
A vitamina do amor
E o bálsamo que cura dor (física e emocional)

Se eu pudesse inventaria a máquina do tempo
A desligaria no presente
Eternizaria o instante 
Quando o momento risonho
Fosse a realização de um sonho

2 de nov. de 2012

Mulheres Inteligentes

Pintura de Vicente Romero Redondo
Mulheres inteligentes quando sondadas se leem porque são inteligentes ou são inteligentes porque leem elas respondem que a ordem dos fatores não altera o resultado.

Mulheres inteligentes gostam de homens inteligentes porque estes sabem eternizar um momento fugaz.

Mulheres inteligentes compreendem o sentido da frase “a liberdade é o que nos prende”.

Mulheres inteligentes sabem a diferença entre ser vulgar e ser sensual. E não precisam de artifício para aparecer, porque suas virtudes as deixam numa posição de destaque.

Sabem também que vaidade vai muito além do “retocar a maquiagem” porque é preciso ter um brilho natural: o brilho nos olhos.

Através do olhar, a mulher inteligente fala; fala da mesma forma que fala com o coração.
E dosando emoção e razão elas se tornam mulheres inteligentes.



27 de out. de 2012

Desigualdade de Gênero

Saber que o Brasil subiu 20 posições no ranking sobre desigualdade de gênero me deixa feliz, porém penso que temos muito que melhorar; há muita coisa pra corrigir e muitos degraus a subir. Não dá para comemorar como se fossemos plenas de tudo. É preciso comemorar sem se contentar com pouco.

Se for necessário criar políticas compensatórias como a cota mínima para qualquer que seja o espaço que criem com a responsabilidade de fazer hoje para não ter que corrigir amanhã.

Se for preciso Leis mais rígidas que elaborem e executem, porque não basta ter uma Lei tão citada quanto o aumenta de mulheres vítimas de violência.

E cabe a cada uma o papel de se autoavaliar, levando em consideração que lutamos não somente pela igualdade de gênero, mas principalmente pela equidade. Precisamos de igualdade com justiça e não da igualdade que nos coloca nas estatísticas criminais. Aumentar a participação política, melhorar a posição econômica, avançar na educação e também na saúde são itens básicos para quem almeja chegar ao topo. E quando ao topo chegar necessário será continuar lutando para manter-se no lugar.


23 de out. de 2012

A CIDADE DO SOL


Um dos livros que li e recomendo é A CIDADE DO SOL. A narrativa acontece na região do Afeganistão e conta a história de duas mulheres: Mariam e Laila. Embora tendo vivido em diferentes contextos suas vidas se cruzaram graças à cultura afegã.

Jalil era um dos homens mais ricos da região, casado com três mulheres e pai de nove filhos legítimos. Insatisfeito mesmo “possuindo” três mulheres ele buscou satisfazer seus desejos com a empregada. Fato que lhe rendeu uma filha bastarda (Harami como eles costumam dizer) e que recebeu o nome de Mariam.

Como para os homens era permitido casar com mais de uma mulher, mas nunca ter relação extraconjugal, a empregada foi rejeitada por Jalil e por sua própria família. Seu destino foi decidido por Jalil e suas esposas. Ela foi expulsa da casa e grávida teve que morar sozinha num lugarejo distante.

Após o nascimento de Mariam seu pai Jalil a visitava todas as quintas-feiras. A visita era regada de muita contação de histórias, carinho e demonstração de amor entre pai e filha. Porém, toda imagem positiva que Mariam construiu de seu pai era distorcida pela sua mãe, que contava horrores sobre o mesmo.

Aos 15 anos Mariam foi sondada pelo pai sobre o presente que queria ganhar. Sua escolha foi ir ao cinema, do qual o pai era proprietário, acompanhada por ele e seus irmãos que ela ainda não conhecia. Ele prometeu que na semana seguinte voltaria para satisfazer seu desejo. A mãe de Mariam não acreditava que isso fosse acontecer. Ela por sua vez tinha plena certeza que o pai não falharia, uma vez que durante 15 anos ele a visitou todas as quintas-feiras.

Enfim, chegou o dia da visita e ida ao cinema, mas o pai de Mariam não apareceu. Para ela algo muito grave poderia estar acontecendo e falou para a mãe que pela primeira vez sairia daquele lugar e iria buscar notícias do pai. Os apelos e conselhos da mãe de nada adiantaram.

Mariam foi até a cidade e quando chegou lá ( . . . ) VOCÊ PRECISA LER O LIVRO PRA SABER. Não contarei toda história, mas quero instigar a curiosidade dos amantes da leitura.

Impossível não se comover e tirar lição com a história de Mariam e Laila. A primeira criada para ter uma vida de opressão, privada e submissa. A segunda, não cheguei a falar, mas adianto que foi educada para ser uma mulher pensante, independente e enfrentar os obstáculos sociais.

Juntas elas enfrentam dor, medo, injustiça em nome do amor: sentimento capaz de quebrar qualquer barreira.  

19 de out. de 2012

Papo de Homem ou Mulher ? !

As relações de gênero, ou seja, as relações impostas pela sociedade têm tomado novos formatos. De uma  forma mais popular, vale lembrar que gênero é o sexo social; é o masculino e o feminino construído socialmente.
Um exemplo clássico das relações de gênero é quanto aos apaixonados por futebol e novela. Aos homens cabia a primeira opção, ficando para as mulheres o papel de noveleiras.
Nesta semana ouvi uma discussão de um grupo e sua maioria era do sexo feminino. Falavam sobre futebol, mais precisamente sobre a atual situação dos times no campeonato brasileiro. Elas falavam com bastante propriedade sobre o assunto, defendiam seus times, deixando a conversa no mesmo nível de conhecimento dos seus colegas homens.
Quando estava achando interessante a sintonia do grupo em relação ao futebol, eis que mudam de assunto e para minha surpresa começaram a falar sobre os últimos capítulos da novela das 21horas. Os homens sabiam de tudo e até palpite para o assassino com argumentos plausíveis eles tinham.
Passei ouvir a conversa do ponto de vista sociológico. Levando em consideração que na nossa sociedade a relação entre homens e mulheres é baseada na desigualdade, enalteço o fato de estarmos abolindo ao sexismo. Este por sua vez exclui, discrimina e limita a participação das mulheres em função de seu sexo.
Quando estava “viajando” na conversa do grupo fui interrompida com a chegada do meu ônibus; era chegada a hora de, literalmente, viajar de volta pra casa. E minha análise prosseguiu na certeza de que ainda precisamos fazer mais, substituindo o sexismo por uma relação de igualdade entre homens e mulheres, sintonizados em todos os aspectos, em todas as conversas e em todos os ambientes, sejam públicos ou privados.  
  

28 de set. de 2012

Minha alegria era você

Eu vou escrever na tentativa de diminuir o que sinto.
O que sinto é dor, dor de não ter você.
Dentro de mim tinha uma vida
E agora tem um vazio, um dia ocupado por você.
Sinto saudade de rir, saudade de mim, saudade de você.

Seu coração não batia, enquanto o meu doía
E o meu batia por mim e por você
Não fui suficiente e acabei perdendo a alegria
Minha alegria era você!!!!!!!!!

17 de set. de 2012

Hérica com H

Para escrever um texto preciso de um ponto de referência, de algo que me inspire, de motivos que me façam transcrever o que o meu coração fala. Hoje minha musa inspiradora começa com a letra H.
H de habilidosa, harmoniosa, humana, honrosa, heroína...

Ela fala com o coração. Sempre tem a palavra certa no momento exato. Guiada por Deus, ela nos faz sorrir; com suas sábias palavras enxuga nossas lágrimas. Ela já sofreu, chorou e teve motivos para desistir de sonhar, mas sua força interior aliada a sua admirável fé a fez persistir, insistir, acreditar até conseguir.

Seu defeito é acreditar que Campina Grande tem o maior São João do mundo, mas como ela não pode se contrariar vou falar com Caruaru pra satisfazer seu ego, porque agora é minha vez de faze-la sorrir. É chegada a hora de enviar minha energia positiva e de pedir a Deus que continue a abençoa-la porque ela é essencial, especial e insubstituível. Ela é Hérica, Hérica com H.

30 de jul. de 2012

Maquiavelicamente falando...

Conversando com uma amiga sobre um fato do qual sai vitoriosa ela me falou: Você foi paciente. E eu disse: Fui maquiavélica. Para quem não sabe o termo não se refere a uma pessoa má e sim ao sobrenome de Nicolau Maquiavel autor de O Príncipe. O livro trata de como obter e manter o poder.

Então certos conselhos eu acho interessante seguir como meio de solucionar alguns problemas, derrubar barreiras, pular obstáculos. Maquiavelicamente falando não esqueci que caso precisasse escolher entre ser amada ou temida eu deveria escolher ser temida, porque para ele ser amada facilita ser ofendida, magoada.

Ele dizia que o poder conquistado com armas e virtudes alheias dificilmente será mantido. Por isso usei minhas próprias armas, ou seja, segui mais um conselho maquiavélico quando demonstrei ser Clemente, leal, humana, evitando ser odiada porque o bom de tudo isso é sentir-se querida, amada... Enfim, não sou tão má assim!


Democracia ou Lei do Cão?

Assistindo o noticiário de hoje um fato me chamou atenção. A notícia tratava do protesto de caminhoneiros contra a lei que regulamenta a jornada de trabalho da categoria. O congestionamento gigantesco dá a impressão que todos os caminheiros aderiram ao protesto, mas foi na fala de um dos líderes do movimento que percebi a falta de união e/ou fortalecimento da classe.

“A gente democraticamente falou: você vai se ferrar se você for”

A reação violenta contra os que não aderirem ao movimento provoca medo. Melhor aderir “democraticamente” do que terem seus caminhões quebrados, apedrejados.

A imposição me fez pensar no quanto a democracia tem sido confundida com a Lei do Cão. Esqueceram que democracia compreende os ideais do povo, protege os direitos humanos, baseia-se nos direitos fundamentais e não na imposição de regras e uso de violência.

Esse é só mais um exemplo de que até para reivindicar ainda temos muito que aprender. 

13 de jul. de 2012

Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA


Julho de 2012, numa sexta-feira 13 o Estatuto da Criança e do Adolescente completa 22 anos e ainda parece filme de terror para muitos ou romance para outros. No papel se mostra como ideal, mas é na sua aplicabilidade que a situação real se esbarra em tantas contestações, particularmente no que se refere à punição daqueles praticantes de barbáries.

Não estou aqui pra defender ou acusar, mas por acreditar que a criança e o adolescente de 22 anos atrás não tinham as mesmas características das crianças e adolescentes dos dias atuais eu penso que o ECA não acompanhou suas mudanças.

O período da infância e adolescência caracteriza-se no tempo e espaço de acordo com cada sociedade e dentro desse contexto os aspectos sócio-culturais irão determinar suas ações, atribuições, limitações, pensar. Vale salientar que a sociedade mudou e vive em constante mudança; por isso o processo pelo qual o individuo passa de criança para a adolescência e desta para a fase adulta é marcado muitas vezes de forma brusca, onde a dependência é substituída pela auto-suficiência.

Ainda que seja utopia, não me custa sonhar que numa sexta-feira 13 ou num dia qualquer a história real do ECA tenha um final feliz, com mocinha vencendo o vilão, o sapo virando príncipe e ao fechar das cortinas a sociedade esteja de pé para os aplausos.

3 de jul. de 2012

Laços de Família


Terminei de ler o livro de Clarice Lispector intitulado LAÇOS DE FAMÍLIA e não poderia deixar de analisá-lo a partir do que consegui enxergar nas entrelinhas. Em cada conto alguns personagens são apresentados, mas muitos nos parecem familiar. A mulher forte, a mulher fraca, a mulher sonhadora, a mãe, a submissa, o pai, a pessoa que se mostra forte escondendo dentro de si suas fraquezas.

Familiar também são os sentimentos, alguns passam por mudanças outros parecem ser intergeracional. O cotidiano entediante, o casamento que mesmo infeliz é visto com refúgio (isso está mudando), a relação de respeito e frieza entre mãe e filha, a falta de carinho entre elas, a relação de estranheza entre noras, genros e sogras, a falta de comunicação, o dinheiro e os sonhos de consumo.

É óbvio que a família na sua posição de instituição acaba esbarrando em conflitos e toda dinâmica necessária para a integração social, mas é através do constante processo de ajustamento que chegamos à formação da família atual, que a meu ver anda desatando os laços.



27 de jun. de 2012

Mulher de Fases


Meu lado LUA de ser está no auge de sua mudança.

O lado MINGUANTE é a fase que choro muito, muito mesmo. Sinto-me pequena, sem forças, sem rumo, sem respostas...

Em seguida chega o lado LUA NOVA. Renovo-me, ergo a cabeça tentando buscar uma solução ou pelo menos sair da depressão...

E logo esse momento de renovação abre espaço para meu lado LUA CRESCENTE. Sinto que o sofrimento também me faz crescer. O crescimento pessoal me ajuda lidar com a dor, com a perda...

É ai que me sinto CHEIA, cheia de esperanças, acreditando que o melhor Deus preparou pra mim e estar por vir...

Só que essa fase também passa, e infelizmente começa tudo de novo.

20 de jun. de 2012

Aborto é Crime ? ! ? !


A experiência de perder uma gravidez desejada é algo que machuca, principalmente quando o aborto fica retido. Aos dois meses descobri que meu bebê parou de evoluir e mesmo assim precisei ficar mais cinco dias esperando expelir naturalmente; nada mais para evitar infecção. O prazo passou, o embrião permanecia comigo e a curetagem foi inevitável.

Durante esses cinco dias a dor era imensa, não dor física, sentia dor no coração, dor na minha alma, não havia nada que eu pudesse fazer a não ser chorar. Acordava durante a madrugada achando que era um sonho, e logo lembrava que era um pesadelo real.

Finalmente chegou o dia da curetagem. Assim como eu várias mulheres aguardavam internação na recepção do hospital. Todas grávidas e felizes, prestes a terem seus bebês; o único caso de curetagem era o meu.


Foi muito difícil dividir o mesmo espaço com aquelas mulheres que alisavam a barriga e sentia o bebê mexer. O meu estava morto e mesmo que eu quisesse acaricia-lo ele nada sentiria. Minha angustia aumentava, elas seguravam a barriga, eu segurava o choro e o nó na garganta se formava como prova da minha profunda tristeza.

O tratamento dos funcionários do hospital também era diferenciado desde a recepção. Esperei por quase duas horas para ser realmente internada, todas as grávidas subiam pra sala anti parto e só eu permanecia na recepção, esqueceram-se da medicação prévia conforme solicitação médica, tratavam-me como se eu tivesse cometido algum crime.

A única pessoa que me tratou bem foi a enfermeira que colocou o soro. Por ironia do destino também estava grávida e revelou conhecer minha dor por já ter passado pelo mesmo problema.

Segui para sala de parto como toda grávida, com roupas adequadas ao bloco cirúrgico. O anestesista chegou e me fez algumas perguntas, afastando-se para fora do bloco. Minha obstetra foi até seu encontro e conversaram um pouco sobre mim. Ouvi-a explicando que aquele filho foi desejado, que o aborto não foi provocado e que meu corpo não o expulsava. Ele voltou pra perto de mim, pediu licença para pegar na minha barriga e me fez um carinho como que estava com pena de mim e falou: eu sinto muito.

Fui sedada, adormeci e quando acordei já estava na sala de recuperação com mais quatro mulheres. Todas sentiam dor, mas estavam felizes por saberem que seus bebês estavam no berçário. Eu sentia a mesma dor que se somava a tristeza de saber que meu bebê não existia mais.

A enfermeira se dirigia a cada paciente dando notícias dos seus filhos, o médico perguntava para cada uma se já tinham leite. Eu parecia estar invisível pra eles, até que o telefone tocou duas vezes, era alguém querendo notícias minha, foi quando lembrei que ainda existo e que alguém se importa comigo.

Eu precisava sair dali, virar aquela página da minha vida e começar a escrever uma nova história.

15 de jun. de 2012

Seu coração não bate e o meu dói

Lembro-me como se fosse hoje quando recebi o resultado do BetaHCG. Estava gravidíssima e feliz. A 1ª ultra foi logo no início e só via o saco gestacional. Mesmo assim pra mim era lindo!

Após o positivo mudei os hábitos alimentares, tirei o que ”não prestava” e segui orientação médica. Fiz tudo tão certinho que o vício de tomar café foi banido, açúcar diminuído, sal esquecido. Sentia-me responsável por cuidar do meu bebê ainda dentro de mim. Dessa vez eram os estudos e as viagens que seriam adiadas para dar vez a quem foi por muito tempo adiado.

No dia da 2ª ultrassonografia meu mundo caiu. Não sai da minha cabeça a voz do médico dizendo mais ou menos assim: “aqui está seu embrião com 8 semanas, infelizmente  ele não progrediu, está sem batimentos cardíacos”.

Assim como compartilhei meu momento de alegria, compartilhei também meu coração em luto. Recebi muitas mensagens e palavras de consolo, mas só o tempo vai aliviar o que sinto.

Neste momento não faço outra coisa a não ser chorar. Triste com Deus não estou, mas são muitos os porquês e só Ele tem as respostas. Está doendo muito, não uma dor física, mas uma dor no mais profundo do meu ser. Fui mãe por 8 semanas e agora meu bebê está aqui dentro de mim, sem vida. Seu coração não bate e o meu dói. 

Músicas de Propagandas


Não sei se acontece nas melhores famílias ou se é algo peculiar aos irmãos Ferreira Barbosa. O fato é que desde crianças temos uma afinidade com as músicas de propagandas. Essa noite sonhei com uma dessas músicas e acordei cantarolando-a:

Foto: Sandra Barbosa
“Tô de água na boca, ai que cheirinho bom. É cuscuz de milharina, é milharina. Vem menina, prova esse cuscuz. Gostinho de milho verde é milharina. Na hora do café, o cuscuz amarelinho é ouro que reluz. O homem se seduz, puxa a negra pro cheirinho; e o bom cuscuz a receita a gente ensina pra fazer um bom cuscuz tem milharina”.

Lembrei quando éramos crianças. A gente cantava tudo na maior diversão. Saudade dessa época em que até os intervalos comerciais eram divertidos. Após o sonho de hoje veio à lembrança vinhetas comerciais da minha infância e não poderia deixar de registra-las. Algumas só quem é da terrinha vai lembrar:

“Crem, cremo, cremo, Cremogema é a coisa mais gostosa desse mundo. Eu esqueço minha boneca, eu esqueço a minha bola ...

“Era uma vez três sacis, de gorro vermelho e cachimbo, brincando nas matas daqui”...

“Tem feira nas Casas Zé Araújo, Oxente vamos lá comprar. Tem pano, retalho a beça, resto de peça pra se comprar”...

“Senhora da Conceição, minha mãe, minha rainha, dai-me a vossa proteção minha querida madrinha”...

"Vivemos nessa terra forte, nesse sol do norte, de luz e amor. Sorrindo vamos para a praia, de maiô, de saia, o verão chegou”... (adorava a ciranda)

“Apanho o sabonete, abro uma torneira e de repete a gente sente Duchas Corona, uma banho de alegria num mundo de água quente”...

Bom, agora voltando ao sonho continuo lembrando-me da música do cuscuz, vou aproveitar e fazer um... com galinha e café huuuuummmm 

11 de jun. de 2012

Sugestão de nomes para bebê


Sempre soube que um bom exemplo de relações interpessoais é chamar as pessoas pelo nome. É um ato de respeito e atenção ao próximo. Saber o nome do zelador, porteiro, moço da cantina, senhora do cafezinho faz parte dessa relação e não apenas o nome do chefe, diretor ou doutor.Sempre procurei saber os nomes das pessoas para me direcionar a elas de forma correta, mas confesso que sempre torci para que ninguém me chamasse pelo meu nome. O mesmo é resultado de uma promessa feita por minha mãe na época em que era católica. Pra mim sempre foi difícil ouvi-lo porque não gosto e acho feio. Se alguém pergunta meu nome eu respondo com vergonha. Talvez isso explique o motivo de eu levar falta na escola com vergonha de dizer presente.E agora me deparo no maior dilema. Escolher um nome masculino e outro feminino para bebê.Essa decisão é muito séria. Não dá pra falhar. Por isso quero sugestões, já cansei de procurar na internet. Busco algo que não tenha as letras K, Y e W


Assim como dividi com vocês meu momento de alegria, venho agora comunicar que meu coração está em luto. Fui mãe por Oito semanas e agora meu coração está dolorido. Obrigada a todas as pessoas que se alegraram com minha felicidade! Eu vou ficar bem!

15 de mai. de 2012

Sentimento Estranho

Sentimento estranho que provova medo
Sentimento estranho que provoca alívio
Sentimento estranho que provoca dor

Medo do desconhecido
Alívio para quem vai
Dor para quem fica

* texto escrito não sei quando, nem porquê. encontrei no meio dos vários textos escritos desde a época de adolescência. estranho mesmo, né?!

28 de abr. de 2012

Psicólogo Não. MosaicoTerapia

Essas peças de mosaicos representam certo momento da minha vida. Época em que me aconselhavam procurar ajuda psicológica. O problema central abria passagem para outros problemas. E o “agorafobia” foi o que mais atrapalhou. Sentia medo do próximo passo. 

No lugar de psicólogo optei pelas amigas mais próximas. As palavras de incentivo e consolo foram essenciais e fizeram-me sentir acolhida. Já o mosaico servia de refúgio. Momento que me fazia refletir. Ora as peças se encaixavam com facilidade, ora nada preenchia o espaço vazio. O mosaico continuava incompleto enquanto na busca da peça perfeita minha vida ali era representada. Incerteza, tristeza, solidão, medo, angústia e muitas lágrimas. Muitas!

Novo passo dado na minha vida. Novas peças de mosaico ficavam prontas. Com o MosaicoTerapia economizei com psicólogo e ainda ganhei uma graninha extra vendendo minha arte.

Matematicamente falando sou uma incógnita. Psicologicamente falando sou a resiliência em pessoa. E se não fosse socióloga seria psicóloga. Isso nem Freud explica.

22 de abr. de 2012

Política Virtual


Escutar pelo rádio ou ver na televisão o horário político é opcional. Passar o dia ouvindo aquelas musiquinhas de campanha nos carros de som é inevitável e aborrecedor. Ver estampado em tudo quanto é lugar as fotos dos candidatos -“cirurgiadas no photoshop” como bem disse um amigo meu - me dá enjôo e infelizmente não tenho como evitar tal poluição visual.

Irrito-me quando abro meu e-mail e a caixa está cheia dessas propagandas. Meu correio eletrônico é exclusivo para me comunicar com pessoas que gosto, numa troca prazerosa. Saber como elas estão e dizer como estou, enviar e receber mensagens referentes ao trabalho/estudo...

Se você nunca enviou propaganda política pra mim... Ótimo!
Se você estava pensando em enviar... Desista!
Se você já enviou... Tome um chá de semancol

E pra não perder o hábito.... Cheiros

21 de abr. de 2012

Tarado de Surubim


No texto que falo sobre os sete irmãos citei sobre a proteção e cuidado que temos uns com os outros e prometi comentar com mais detalhe em outra oportunidade. Desse processo de proteção muitos acontecimentos são lembrados de forma cômica.

A história da vez aconteceu há muitos anos e é sobre o “tarado” de Surubim (interior de Pernambuco). Imagine vocês que esta semana estava dentro do ônibus e subiu um homem igual ao dito cujo. Imaginei que seria impossível ele estar do mesmo jeito depois de tantos anos, viajar mais de cem quilômetros e pegar mesmo ônibus que eu.

O homem passou da catraca e bateu os olhos em mim que estava sentada lá no fundo. Veio caminhando em minha direção. Comecei sentir um frio na barriga, um filme passou na minha cabeça relembrando da cena em Surubim.

Após um final de semana na casa de minha tia estávamos eu e minha irmã nos organizando para voltar pra Recife. Enquanto ela estava dentro de casa fui até a casa da vizinha e me deparei com um homem, aparentemente bêbado e me olhando com cara de lobo. Veio em minha direção e fiquei sem ter pra onde correr. A vizinha Elaine chegou na hora e abriu a grade pra me dar abrigo. Recusei entrar e peguei uma vasoura. Vejam a minha audácia!

Falei: se aproximar eu meto a vassoura
Ele: não tenho medo de você
Eu: nem eu do senhor

O atrevido veio de braços abertos pra meu lado e eu com toda minha força tentei dar uma vassourada na cabeça dele. O infeliz conseguiu segurar a vassoura. Ficamos nós dois segurando a mesma. Eu ainda tentava chutá-lo e comecei a gritar: Sandraaaaaaaaaaaaaaaaa

Quando minha irmã chegou a vassoura ainda estava sendo disputada por mim e pelo bêbado. Quando disse pra ela que ele tentou me agarrar ela deu uma tapa na cara dele.
Duas contra um. Ele soltou a vassoura e foi em cima dela. O que? Na minha irmã não. Acertei a vassourada!!! E ficamos nós duas reversando, uma vassourada, uma tapa na cara. O homem saiu correndo gritando pela polícia. Quando tudo acabou percebemos que tinha plateia.  Enfim, tudo acabou bem e retornamos pra casa.

Ah! Sobre o homem do ônibus que me fez lembrar essa história... se aproximou e ficou me olhando. De repente deu uma piscada de olho (isso ainda existe) e na hora de descer disse: você parece com uma menina de um “reclame” de televisão (propaganda). Tão antiquado assim, será que era ele?

20 de abr. de 2012

Desejo Maior


Dedico esse texto a Catarina, Polly_29, Polly79, Midu, hericacg, ÉricaEva, Amorbb, amord+, Glei Kelly, Ana_29, Marlene sb, Ana lulu, Alyninha, cpaulino, deinha, Graci, jefbaby, Lili Leite, Mirarec, new mammy, Rachael, tacilou, sonho meu, recifense, as demais colegas do E-family e minha amiga Emilene.


Num momento de muita angústia e tantas lágrimas escrevo-te como forma de desabafo. Desejando em vão que tu sintas o quanto te desejo. Neste momento abdicaria de tudo que tanto almejei só para ter você. E me pergunto por quê. São muitos os porquês, são várias as perguntas sem respostas. Preciso de forças para continuar. Preciso de força para não deixar essa depressão ser mais forte do que eu. Preciso de força para aguentar esse amor que sinto por você. Não sei se um dia sairás daqui de dentro de mim para me trazer a alegria. Minha única certeza é que tu és meu desejo maior e por ti tornei-me uma pessoa melhor.

Meninas, obrigada por fazerem parte dessa história de uma maneira tão positiva.

16 de abr. de 2012

Ser blogueir@ é...

Viver pensando na próxima postagem;
Encontrar inspiração na madrugada, sair da cama e acessar o blog para publicar;
Escrever para si e para os outros mesmo que estes não leiam;
É olhar para todos os blogs com visão de blogueir@ e não apenas de leitor;
É incluir no vocabulário palavras inexistente nos tradicionais dicionários, tais como: blogosfera, template, gadget, além dos “verbos” blogar e postar,...
Enfim, ser blogueir@ é ter um espaço próprio onde você possa se jogar!!

9 de abr. de 2012

Excluindo a Inclusão


Há alguns anos poucas pessoas tinham acesso à internet e consequentemente às redes sociais. Com a inclusão digital no Brasil o Orkut foi à rede que mais se expandiu, atingindo todas as classes sociais. Ou seja, a madame,  a patricinha e o filho do doutor viajando no mesmo espaço onde navegavam o filho da empregada, a faxineira e zelador.

Um grupo exibindo casa de praia, piscina, mesa farta regada a vinho do porto. Outro grupo fazendo pose durante churrasco em cima da laje. Todos demonstrando felicidade independente da sua realidade.

Isso incomodou muita gente. Como manda o ditado, os incomodados se mudaram para o Facebook e passaram a curtir essa rede. De repente, não mais que de repente chega a galera do Orkut para desespero da elite. E não parou por aqui....Bastou a notícia que o Instagram seria disponibilizado para Android  para a primeira classe se incomodar. Esqueceram que a própria Apple atingiu a classe econômica mesmo que no parcelado em 12 vezes.

Possivelmente o incômodo vem de pessoas que são contra a inclusão digital e tantas outras inclusões almejadas por vários grupos e movimentos. Não sou contra tal inclusão, apenas defendo o uso inteligente das redes sociais, isso inclui o respeito e vale para todas as classes.

25 de mar. de 2012

Estopim e a Bomba

Hoje o texto será para uma pessoa que há anos faz parte da minha programação neuro-lingüística. (este texto começou a ser escrito antes da reforma ortográfica; por isso achei mais bonitinho manter o trema).

Sou filha de uma sociedade sexista; adotada por um grupo feminista; que idealiza uma comunidade igualitária; casada com um fruto de uma sociedade machista e resistente às mudanças. Nossas diferenças são inúmeras, porém algo muito forte nos faz iguais. Iguais quando planejamos juntos, iguais quando contamos um com o outro, iguais até quando brigamos porque nenhum quer ceder.

Como diz uma música “nossa liberdade é o que nos prende”. Liberdade para viajar só, liberdade para ter amigos/as, liberdade para se isolar, liberdade entre quatro paredes, liberdade para dizer vai e para dizer vem. 

Foi necessário ensinar, aprender, adaptar, crescer. Numa troca constante nada melhor do que “um queijo por um beijo, um beijo por um queijo”. Na prática isso quer dizer: “deixa a toalha molhada do lado em que você dorme e eu não brigo” ou “faz as compras e eu guardo”. Entre alegrias e tristezas, lágrimas e risos é preciso pôr em prática o lema de respeitar e entender que nossa luta conjugal é por igualdade.

Sabendo que sou uma bomba Ele faz questão de ser o estopim.

Bomba e Estopim
Enquanto Ele canta: Complicada e perfeitinha/ você me apareceu/ era tudo que eu queria/ estrela da sorte"...

Eu respondo: Ser complicada faz parte do meu show. Ser perfeitinha é um esforço que faço apenas para agradar pessoas especiais... Assim como você!

9 de mar. de 2012

Só pra mim!

Com você aprendi ...
RESPEITAR porque como numa via de mão dupla é uma questão de ida e volta;
CHORAR porque guardar o choro machuca mais;
SORRIR porque meu sorriso me alivia e as gargalhadas contagiam;
SONHAR porque este é o primeiro passo para minha realização;
AMAR porque o amor próprio permite-me ser amável com outrem.

Quem veio 1º - texto ou imagem?
RAZÃO e EMOÇÃO. Eu e Você não necessariamente nessa ordem. E mesmo com os constantes conflitos é você quem me ensina, me faz crescer...

Foi só pra mim - MEU EU INTERIOR - que escrevi esse texto!

8 de mar. de 2012

Dia da Mulher - 2012 (por Adauto Júnior)

Foi bom pra você.

Foi sem querer. Na verdade eu quero. Quero mesmo, de verdade, com vontade, daquele jeito que ela gosta, escancarado para todos, sem vergonha. 
Ela merece cada palavra aos seus ouvidos, nos ouvidos, tocando-os a cada sílaba sussurrada com a pretensão  de que a sua  boca seja recíproca. Aí ela esnoba.
Eu até gosto e acho um charme.
A tentação é forte, eu pego seus argumentos a força e jogo no canto. Afinal, entre as quatro paredes deste texto posso fazer o que quiser. As minhas palavras estão nuas esperando apenas ela chegar para carinhar de um jeito inesquecível.
Estas palavras a amam e a admiram tanto que, mesmo depois de tudo, gosta de ficar ao lado dela contemplando o seu acordar para uma segunda conversa carinhosa.

28 de fev. de 2012

E-lixo vira Mosaico

O assunto da vez é a respeito dos resíduos eletro-eletrônicos e o mal que podem causar ao meio ambiente devido seus componentes altamente tóxicos. Dando uma organizada nas minhas coisas encontrei aparelhos de celular, CDs, baterias e carregadores obsoletos e inutilizados.

Onde moro não há coleta seletiva, embora num trabalho de formiguinha poucas pessoas separam o lixo. Pensando em qual destino darei ao meu E-lixo penso que o ideal será levá-los para um posto de coleta. 

Antes de levá-los para um local mais apropriado comecei analisar o material e pensar numa possibilidade de reaproveitamento. Algo que não fosse apenas para salvar o meio ambiente através da reciclagem. A ideia era exercer a educação ambiental reaproveitando, tornando útil e possível para decoração. Como já faço mosaicos de cerâmica em MDF resolvi testar a técnica usando como base os Cds. Eis o resultado: 
Nº de Casa - Mosaico em CD
CD que virou mandala em mosaico

7 de fev. de 2012

Já tive homens ...

♪ “Já tive mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores”...
 
"Pegada"
Esse é só um trecho de uma música que me inquietou fazendo-me analisá-la de uma forma meio “Fafá de ser”. Possivelmente um homem que teve várias mulheres deve ser admirado, considerado o gostosão, macho todo e tal. Quanto a mim, se disser que já tive vários homens não receberei tanta admiração e elogios. 
 
Vejam mais um trecho da música:

♫ “casada, carente, solteira, feliz, já tive donzelas e até meretriz”.♪  

Ele pode. E eu não?

♂  Qual o problema de eu ter ficado com aquele cara casado? Não sou ciumenta mesmo. 

♀  E o carinha carente, porque não ficaria com ele? Bastaram alguns carinhos meus e o bichinho ficou curado.

♂  O solteiro? Ah, fala sério. Pode colocar no plural porque solteiro foram vários: o negão de tirar o chapéu, o galego, o pobre, o rico, o empresário e até o desempregado.

♀  Já o donzelo deixou de ser. Afinal, só dei minha contribuição para inseri-lo no time de pegador.
 
♂  Meretriz, eu? Sim, claro. O machão também gosta.
 
Imagino a inquietação de algumas pessoas querendo saber se sou tão pegadora assim.  Outras estão chocadas porque para elas “homem pode e mulher não”. Mentira e/ou verdade à parte, minha idéia em escrever este texto foi justamente provocar uma análise crítica acerca das relações de gênero impostas pela sociedade. Afinal, o que é permitido pra mim, pra você, pra ele e pra ela? O que é ser homem? E ser mulher?

28 de jan. de 2012

Aquarela Brasileira

Foto: Adauto Jr.
Assim como numa aquarela vejo um Brasil de muitas cores.
No sertão cores sombrias da terra seca e verde da palma que a fome alivia.
Na sociedade o branco que se incomoda com o preto que não acomoda.
Na violência o vermelho-sangue.  Na mulher agredida o roxo na face.
Cores se chocam e nos tocam quando se tornam sem cor.

No incolor das lágrimas, no incolor da dor. 

Não me custa sonhar com uma mudança social, para que possamos pintar o país com as mais belas cores de uma aquarela. Que sejamos pintores dessa mudança e admiradores da nossa arte.

19 de jan. de 2012

Exclusão Social

Ocupação Irregular/Foto: AdautoJr.
Outro dia estava num ponto de ônibus localizado próximo a um conjunto habitacional no Recife, onde seus moradores são oriundos de palafitas e outras ocupações irregulares. Viviam praticamente da pesca. Enquanto aguardava o ônibus ouvi conversa de dois moradores que diziam: “esse lugar aqui é até bonitinho, mas lá a gente tinha o rio e o mangue pra ganhar dinheiro”. Não resisti e entrei na conversa. Foi quando fiquei sabendo que pra ganhar alguma grana a maioria passou a catar e vender material reciclável. Todo material fica acumulado na área comum do habitacional.

Apesar de felizes por ganharem um lar com um mínimo de conforto as famílias encontram dificuldades para inserir-se no mercado de trabalho pela ausência de qualificação profissional. A mudança de moradia não os tira da condição de excluídos. 

Uma vez que a maioria trabalha com material reciclável e levando em consideração que a coleta desse material traz beneficio ao meio ambiente, creio que uma alternativa seria valorizar os catadores de lixo no sentido de orientá-los na coleta e beneficiamento dos resíduos sólidos de forma organizada, auxiliando-os na geração de renda.

Habitacional Cordeiro/Foto:OtavianoJr
Foto:Alexandre Lopes